Como garantir dinheiro para a velhice?

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Hoje, o brasileiro vive em média 74,9 anos. A expectativa de vida tem crescido de forma ininterrupta há algum tempo. Em 2003, por exemplo, um brasileiro vivia, em média 71,3 anos. Uma população que vive mais é um ótimo sinal. Significa que as condições de vida estão melhores, que mais gente tem acesso aos avanços médicos e a uma renda que permite aos idosos viverem por mais tempo.

Viver mais, no entanto, significa precisar de dinheiro por mais tempo. Por mais que as pessoas possam trabalhar além da idade exigida para a aposentadoria, boa parte dos brasileiros vai parar em torno dos 60, 65 anos e terá pelo menos mais dez anos para tocar a vida sem ganhar salário. A saída? Poupar o máximo que puder e começar a fazer isso o quanto antes. Você já deve ter ouvido falar de dois investimentos bem conhecidos para quem quer guardar dinheiro na aposentadoria: os fundos de PGBL e VGBL.  Mas há muitos outros tipos de investimento que podem ser perfeitos para quem quer se preparar para manter o padrão de vida mesmo com uma renda menor.

Vá além dos planos de previdência

Os fundos PGBL e VGBL são, sim, uma boa opção para a aposentadoria. O PGBL, em especial, já que ele permite que o investidor deduza as contribuições ao plano do imposto de renda. “Quanto mais tarde você pagar o imposto, melhor. Assim você consegue acumular mais no presente, o que lhe dará ganhos maiores no futuro”, diz Ricardo Humberto Rocha, professor do Insper e especialista em finanças pessoais.

O investidor, no entanto, deve diversificar sua carteira voltada à aposentadoria. No longo prazo, a tendência é que os investimentos em renda variável, como ações de empresas, rendam mais do que os de renda fixa. “Para quem tem um horizonte de 20, 30 anos, é interessante ter um fundo de ações para complementar os investimentos do fundo de previdência”, afirma Fabio Colombo, administrador de investimentos.

Seja realista

Como poupar não é tarefa fácil, Fernando Aldabalde, sócio e gestor da Áquila Asset Management, diz que os fundos de previdência costumam fazer sucesso justamente porque os aportes acontecem automaticamente, assim que a pessoa recebe o salário. “Investir em outros fundos é interessante, o problema é ter a disciplina de guardar o dinheiro todo mês”, explica ele.

Como pouca gente tem tempo para estudar sobre finanças pessoais e fazer as escolhas mais acertadas para seu perfil, o melhor para quem quer diversificar é buscar a ajuda de um especialista. Assim, ele poderá identificar suas necessidades de longo prazo e sugerir uma carteira de investimentos adequada ao seu perfil de risco: conservador, moderado ou arrojado.

Feche a mão

“É fato que gastar dá muito mais prazer do que poupar”, diz Rocha, do Insper. Ao mesmo tempo, quanto mais se poupa, mais se quer poupar. “Quem vai comprar um carro e tem o dinheiro guardado para pagar à vista, costuma pensar duas vezes e desistir ou adiar a compra, porque prefere seguir poupando”, afirma o professor. Segundo ele, o desejo de consumo acaba sendo satisfeito pelo simples fato de que a pessoa sabe que tem o dinheiro para fazer aquela compra – ainda que não a realize. Quem não tem dinheiro é quem mais costuma se endividar para satisfazer esses arroubos de consumo.

Quanto mais, melhor

Mas qual o percentual do salário ou da renda mensal que deve ser poupado para a aposentadoria? Rocha diz que os consultores costumam sugerir que se economize pelo menos 10% do salário líquido. “Mas os japoneses, que são um povo muito conhecido por sua capacidade de poupança, economizam nada menos do que 20% do salário bruto”, diz. Ele conta que “os idosos são extremamente respeitados no Japão, já que eles são independentes. Isso só acontece porque eles se preparam de verdade para esse momento da vida”.

Fonte: Época