Londrinos não leem contrato e trocam primogênito por wi-fi grátis

londrinos-nao-leem-contrato-e-trocam-primogenito-por-wi-fi-gratis

Um experimento fez com que seis londrinos concordassem em trocar seus filhos primogênitos por wi-fi grátis, segundo o jornal “The Guardian”, demostrando que não leram atentamente os contratos de acesso.

Realizado pelo Instituto Britânico de Pesquisa da Cibersegurança em alguns dos bairros de Londres, o estudo envolveu a montagem de pontos de wi-fi gratuitos em junho.

Quando as pessoas tentavam se conectar, os termos e condições com os quais elas deveriam concordar para acessar a internet incluíam a “cláusula de Herodes”: a conexão seria feita apenas se o usuário concordasse em entregar seu primogênito “pela eternidade”.

Herodes era o governador da Judeia na época em que Jesus Cristo nasceu. Ao receber essa notícia, ordenou que todos os meninos com menos de 2 anos que estavam em Belém ou nos arredores fossem mortos.

O objetivo dos pesquisadores era alertar para os problemas de segurança que o uso de wi-fi grátis pode trazer. A F-Secure, empresa que patrocinou a ação, disse que o termo foi retirado depois, para continuidade do experimento.

DADOS

Após a remoção da cláusula, outros aparelhos continuaram se conectando à rede pública, sendo que 33 deles enviaram ativamente dados de e-mail.

Segundo o jornal, se quisessem, os pesquisadores poderiam usar as informações recebidas, como nomes de usuários e senhas, para entrar em contas pessoais.

Dados mais comuns também podem ser úteis para hackers. Mesmo quando não estão conectados a uma rede pública, os dispositivos revelam, em média, os últimos 19 pontos de acesso aos quais se conectaram.

“Indivíduos podem ser precisamente identificados utilizando apenas os últimos quatro pontos de acesso onde eles fizeram login” informa o relatório da F-secure sobre o estudo.

Outros dados, como sites visitados ou o ID do dispositivo, também poderiam ser usados por hackers.

PROTEÇÃO

De acordo com o “The Guardian”, o relatório concluiu que é preciso haver mais orientação sobre o uso de wi-fi público, especialmente um de origem desconhecida.

O consultor da F-Secure, Sean Sullivan, disse ao jornal que as pessoas estão “pensando no wi-fi como um lugar, não como uma atividade”.

“Se você não acessa o wi-fi desprotegidamente em casa, por que você o faria em público?”

Sullivan disse ainda que os usuários deveriam usar softwares que criptografam os dados enviados e recebidos dos dispositivos como forma de se proteger.

Outros conselhos são desligar o wi-fi em público ou quando se está perto de redes não confiáveis e deletar pontos anteriormente acessados pelo aparelho.

Fonte: Folha