Idosos gastam cada vez mais

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O consumidor brasileiro da terceira idade aumentou o potencial de compra e está com disposição para gastar mais. A constatação é do estudo feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e o portal de educação financeira Meu Bolso Feliz. Segundo a pesquisa divulgada ontem, 41% dos idosos gastam mais com produtos que desejam, em vez de itens relacionados às necessidades básicas da casa.

O levantamento foi feito entre pessoas com mais de 60 anos de idade nas 27 capitais do país. Além disso, pelo menos 7% dos entrevistados da terceira idade já adquiriram o costume de comprar pela internet. É um número ainda reduzido, mas em alguns estratos sociais aparece com mais força, como entre os idosos que possuem Nível Superior de escolaridade (26%) e que pertencem às classes A e B (17%).

É o caso da servidora do IBGE, Iraci Alves Cintra, 64 anos, que gosta de comprar eletrodomésticos pela internet. “É mais prático”, diz ela, que prefere escolher as roupas, os sapatos e os perfumes, mas em lojas físicas.

Ao mesmo tempo em que estão consumindo mais, os idosos têm demonstrado um perfil mais exigente em relação ao que compram. Exemplo disso é que mais da metade (52%) alega dar mais valor à qualidade dos produtos, mesmo que seja preciso pagar caro. Outra constatação é que quase um quarto (23%) das pessoas acima dos 60 anos incorporou a experiência de ir às compras como uma atividade de lazer do seu dia a dia.

A pensionista Maria Iracema de Menezes, 74, por exemplo, gosta de comprar roupas no seu tempo livre. “Os idosos hoje estão mais independentes e querem ficar mais bonitos. Adoro comprar maquiagem e bijuteria também”, conta.

Seis em cada dez (66%) entrevistados da terceira idade disseram que a vida financeira que levam atualmente é melhor que há alguns anos. Além disso, 72% consideram sua situação financeira estável ou boa.

Em relação à fonte de renda, sete em cada dez (73%) recebem auxilio da aposentadoria do INSS ou o pagamento de pensão, 14% se dedicam ao trabalho informal ou freelancer, 9% são trabalhadores com carteira assinada, 7% contam com os rendimentos da previdência privada, 5% recebem ajuda dos filhos e somente 4% não possuem qualquer renda.

O mercado brasileiro, porém, não parece estar preparado para atender às demandas desses consumidores. Pelo menos 45% dos entrevistados afirmaram enfrentar dificuldades para encontrar produtos destinados ao público de sua idade. Essa impressão é mais notada pelas mulheres (47%) e pessoas entre 70 e 75 anos (51%).

Entre os produtos que esses consumidores mais sentem falta estão roupas adequadas (20%), celulares com letras e teclados maiores (12%), locais que sejam frequentados por pessoas da mesma idade (9%), turismo exclusivo (7%) e produtos de beleza (3%).

Despesas com lazer aumentaram

O levantamento também revela que o dinheiro da terceira idade exerce um papel fundamental na vida de muitas famílias brasileiras. Sete em cada dez (74%) entrevistados conseguem satisfazer suas necessidades com os rendimentos que possuem (mesmo que para 37% o salário represente o valor exato para pagar as contas). E, pelo menos, 94% dos idosos contribuem para o sustento da casa, sendo que 54% são os únicos responsáveis pelo pagamento das despesas.

Mais independentes, a maior parte dos brasileiros (64%) chega à terceira idade como a único responsável por suas decisões de compra. É uma parcela considerável, que aumenta para 68% entre as mulheres.

Aproveitar a vida é considerado por seis em cada dez entrevistados (66%) como a grande prioridade no atual momento. Nesse mesmo sentido, para quase metade (49%) dos idosos ouvidos pela pesquisa, neste estágio da vida, consumir é mais importante do que poupar.

As pessoas acima de 60 anos também estão muito bem resolvidas com relação ao modo como preferem passar seu tempo livre. Para 46%, o lazer ficou mais frequente com a chegada da terceira idade e 41% preferem sair a ficar em casa. Exemplo disso é que quase um quinto (18%) dos idosos afirmam gastar parte da renda com alguma atividade física e dizem desembolsar mais com viagens do que antigamente (20%).

Fonte: O Dia