Governo faz plano B para aposentadoria

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Depois, porém, os gastos começariam a aumentar, atingindo uma despesa adicional para Previdência de R$ 3,2 trilhões até 2060.

A presidente precisa sancionar (ou vetar) até esta quarta-feira (17) o texto aprovado pelo Congresso. O discurso oficial, repetido o dia todo pelos ministros, foi o de que a presidente ainda não tomou uma decisão final sobre o veto.

O governo Dilma Rousseff já discute o texto de uma medida provisória ou projeto de lei para criar uma fórmula progressiva de cálculo das aposentadorias, apesar de a presidente ainda não ter decidido oficialmente se vetará a alternativa aprovada pelo Congresso, a chamada fórmula 85/95.

Uma das ideias é fixar como ponto de partida o próprio dispositivo 85/95, que seria elevado gradualmente até atingir 90/100. Tecnicamente essa nova soma da idade e do tempo de contribuição no momento da aposentadoria teria efeitos semelhantes para Previdência aos das regras atuais, do fator previdenciário.

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Em reunião com as centrais sindicais nesta segunda-feira (15), o governo desistiu de apresentar essa nova proposta em substituição a um eventual veto da presidente à fórmula 85/95. Os sindicalistas resistem a qualquer proposta que não seja a sanção do texto aprovado pelos congressistas.

Pela fórmula 85/95, mulheres podem se aposentar quando a soma do tempo de contribuição e da idade atingirem 85, e homens, quando o resultado superar 95.

Como a mudança ameaça as contas da Previdência no médio e longo prazo, o governo pretendia acertar com as centrais uma alternativa, que seria encaminhada ao mesmo tempo em que o fator 85/95 seria vetado.

No entanto, segundo assessores presidenciais, o governo desistiu da ideia ao ser avisado de que as centrais não aceitariam outra proposta que não fosse a sanção, sem vetos, da fórmula 85/95.

A equipe optou, então, por apresentar aos sindicalistas cálculos de como ficarão as contas da Previdência se a nova regra passar a valer.

Durante o governo da petista, haveria economia de R$ 12 bilhões. Depois, porém, os gastos começariam a aumentar, atingindo uma despesa adicional para Previdência de R$ 3,2 trilhões até 2060.

SANÇÃO

A presidente precisa sancionar (ou vetar) até esta quarta-feira (17) o texto aprovado pelo Congresso.

O discurso oficial, repetido o dia todo pelos ministros, foi o de que a presidente ainda não tomou uma decisão final sobre o veto. Reservadamente, porém, diziam que a tendência era de veto.

A reunião de quase duas horas entre governo e centrais sindicais ocorreu em clima de tensão. Depois de deixarem o encontro, os sindicalistas se mostravam irredutíveis em aceitar alternativa que não fosse a sanção.

“O governo não apresentou proposta nenhuma. Ele queria saber a opinião das centrais e não quis dizer a sua”, reclamou o presidente da CUT, Vagner Freitas.

“Queremos que o diálogo [com as centrais] siga independentemente da decisão que a presidente tomar. E ela ainda não tomou uma decisão”, afirmou o ministro Carlos Gabas (Previdência).

No encontro do governo, ficou decidido ainda que a proposta de fixar uma idade mínima por meio de emenda constitucional será discutida no fórum que debaterá mudanças na Previdência

Social com os sindicalistas.

Fonte: Libreprensa.com