Cartão de crédito não é dinheiro!

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Consumir é uma delícia! Comprar tudo do bom e do melhor, aproveitar as liquidações maravilhosas, atualizar todos os aparatos eletrônicos, comer e beber em bons restaurantes, viajar para o exterior e comprar um monte de coisa que ainda não chegou por aqui e, o que é melhor, por um preço bem mais baixo.

Mas, como não temos dinheiro para comprar tudo o que precisamos e queremos, lá vamos nós com o cartão de crédito em punho, convencidos de que tudo pode e depois damos um jeitinho para pagar.

Algumas famílias de renda mais baixa aumentam o uso do crédito para manter ou elevar os padrões de consumo ou, ainda, para complementar a renda.

O problema é que estamos fazendo isso com o crédito mais caro do mundo e, inexplicavelmente, o preferido dos brasileiros endividados.

Se olharmos para a cidade de São Paulo, as pesquisas registram que, em setembro, 48% das famílias estavam endividadas. Até aqui, tudo bem.

Crédito é necessário para acelerarmos a construção de nosso patrimônio, viver com conforto e segurança. Preocupante é saber que o principal tipo de dívida continua sendo o cartão de crédito, escolha de aproximadamente 63% das famílias.

AMIGO

O cartão de crédito pode ser amigo ao permitir que você concentre o pagamento de diversas despesas em uma única data de vencimento, na qual você terá dinheiro para quitar seus compromissos.

A fatura do cartão lista cada uma das despesas realizadas, permitindo a você transportar para a sua planilha de orçamento quanto gastou em cada item.

Ela permite também identificar as compras que foram parceladas, indicando quantas prestações ainda estão em aberto, proporcionando esse controle na planilha de orçamento.

Diversos cartões oferecem um programa de pontos que podem ser trocados por mercadorias ou milhas de companhias aéreas.

É muito comum que nas datas de grande apelo comercial, como Natal, Dia das Mães e Dia das Crianças, também ofereçam presentes para os consumidores que efetuarem o pagamento de suas compras com o cartão de crédito.

Existem outras facilidades e conveniências oferecidas. Procure saber quais são e desfrute de todas, afinal, você paga por elas na anuidade do cartão.

INIMIGO

O cartão de crédito pode ser inimigo se você se empolgar demais e esquecer que aquele pedacinho de plástico envia uma fatura todo

final do mês.

As tentações de consumo não são poucas. As facilidades de parcelamento oferecidas pelas lojas são tentadoras.

E, como na maioria das vezes o parcelamento é feito sem juros, você acaba comprando mais do que consegue pagar no dia do vencimento da fatura.

É aí que mora o perigo. Os juros dos cartões de crédito são muito superiores aos cobrados em outras modalidades de crédito.

Se você perder o controle e financiar uma fatura de apenas R$ 1.000 em 12 meses, com juros de 15% ao mês, pagará um montante superior a R$ 5.000!

PLANEJAMENTO

Estou convencida de que as famílias poderiam evitar problemas e administrar melhor seu dinheiro, suas compras, suas dívidas, se adotassem um procedimento simples antes de gastar: planejar.

O orçamento da maioria das famílias é justo e comprometido com as despesas essenciais de moradia, alimentação, saúde, educação e transporte.

Sendo assim, quando optamos por uma compra a crédito, mesmo que parcelada sem juros, precisamos excluir alguma despesa do nosso orçamento para encaixar essa nova despesa que estamos voluntariamente contraindo.

Caso contrário, a conta não fecha e o final da história a gente já sabe. Pense, planeje antes de utilizar crédito. Use com moderação e nunca para financiar consumo.

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DICAS QUE VALEM DINHEIRO

1. Se sua família faz parte dos devedores de cartão de crédito, repense. Faça orçamento, planeje despesas e estabeleça limites: o limite que cabe no seu bolso, não o que lhe foi concedido.

2. Aos endividados, recomendo passar uns tempos sem o cartão e buscar um empréstimo com mais prazo e juros menores para quitar o saldo devedor do cartão.

3. Se você está fora da estatística, continue. Pague a fatura do cartão de crédito à vista. Não financie. Pode virar uma bola de neve.

4. Antes de contrair dívida, defina o que será feito com o dinheiro e como ela será paga. Que a destinação seja nobre.

Fonte: Folha Online